Nesta sexta-feira, 21, foi realizada a Plenária Nacional Lula Livre, reunindo mais de 600 militantes de vários estados e de organizações de nível nacional que participam da Campanha Lula Livre. O encontro foi promovido de forma virtual e contou com a participação especial do próprio ex-presidente Lula, por cuja liberdade tantos lutaram e, finalmente, conquistaram de forma plena com as recentes decisões da Suprema Corte.

“Eu quero agradecer a vocês. A gente nunca vai utilizar as palavras corretas para agradecer as pessoas que um dia se preocuparam com você, é sempre muito difícil”, expressou Lula para os presentes. Lula aproveitou o momento para apontar caminhos que contemplam os desafios atuais da luta política.

“Eu não tenho raiva dos meus algozes, justamente por causa de vocês. A gente pode ganhar as eleições, inclusive no primeiro turno, a gente pode recuperar a dignidade desse povo, valorizar a saúde, a educação, a cultura. Eu só posso voltar a ser candidato se for pra fazer mais do que eu fiz: radicalizar pra fazer mais Reforma Agrária, pra legalizar mais terras quilombolas, pra botar mais gente na universidade, termos uma cidadania que nunca tivemos direito de ter”, projeta o ex-presidente, que se recusa a se prender num passado de rancor contra aqueles que o perseguiram. 

Lula usou uma passagem sobre o perdão trazida pelo amigo e ator José de Abreu: “O primeiro a pedir perdão é o mais corajoso. O primeiro a perdoar e o mais sábio. O primeiro a esquecer é o mais feliz”. Com esse sentido, Lula sustentou um discurso que aponta para um futuro de esperanças.

“O Brasil está pior hoje”, se solidariza Lula. E segue: “Nunca vi tanta gente passando fome, nunca vi tanta gente na rua. Temos que repor a esperança, o sonho, mostrar que é possível a gente reconquistar tudo. Não me preocupo com meus processos porque meu sofrimento é muito menor do que o sofrimento atual do povo brasileiro. Estamos no começo de uma luta não temos o direto de ficar quieto um dia. Precisamos conversar com o povo porque agora é a hora e a vez de recuperar o Brasil para os brasileiros”, afirmou o líder popular perante a militância dos comitês de todo Brasil.

Representatividade da plenária expressa unidade do campo da esquerda

A Plenária Nacional da Campanha Lula Livre contou com um amplo leque de representações políticas, diversos partidos, organizações populares, religiosas, sindicais, estudantis, além de artistas e dos Comitês Lula Livre espalhados por todo país. As presidentas do PT e do PCdoB, Gleisi Hoffman e Luciana Santos, e o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, saudaram a continuidade da Campanha.

“Muito bom estar festejando agora e agradecer a cada um e cada uma, valeu muito a luta”, expressou Gleisi Hoffman. E foi enfática: “Lula tá livre e é inocente!”.

Luciana Santos, do PCdoB, disse que “mais do que nunca estamos desafiados a resgatar esse tempo perdido. Nós sofremos desde o golpe e o processo político que levou à prisão do presidente Lula. E nós não desistimos”.

“O trabalho valoroso do Comitê Lula Livre conseguiu traduzir pra dentro e pra fora do Brasil a luta que nós estávamos travando. Não só a liberdade de um homem, mas principalmente a luta para reconstruir o ambiente democrático no Brasil”, disse Juliano Medeiros, representando o PSOL.

Estes apontamentos e a fala animadora para a luta feita pelo ex-presidente Lula convergem com os desafios atuais da Campanha, listados por João Pedro Stedile, do MST.

“Devemos continuar com os Comitês, com um novo caráter e formas de luta: Comitês no intuito de vigilância, de monitorar e de zelar, pra dar conta de acompanhar os processos do Lula, de denunciar permanentemente o lavajatismo e o lawfare e exigindo a punição dos operadores, de denunciar os prejuízos que a turma de Curitiba da Lava Jato causou ao patrimônio nacional e de acompanhar as falcatruas que o poder judiciário pode ainda”, aponta Stedile. “Continuamos como uma ampla bandeira ‘Lula Livre’ e nos prepararemos para as longas lutas que vem daqui até 2022”, convoca.

A Campanha Lula Livre sempre pontuou que a luta era por Lula, mas, acima de tudo, pelo Brasil, sua democracia e soberania nacional. E essa luta não tem como acabar. Venceremos!

Durante a Plenária foi apresentado o Balanço das Lutas. Confira (clique aqui!).