Ataques da Lava Jato à Petrobras agridem a Soberania Nacional
Empresa símbolo nacional completa 67 anos neste sábado (3) fui alvo da Operação Lava Jato e passa por novos ataques com a autorização pelo Supremo Tribunal Federal de venda de refinarias sem licitação e aprovação do Congresso Nacional.
Para defender a estatal, articulações de unidade como o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE), frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, movimentos sociais e sindicais do campo e da cidade, que formam o Comitê de Luta Contra as Privatizações convocam ato nas redes e nas ruas para denunciar a ofensiva contra a empresa que tem papel estratégico na geopolítica mundial.
Uma evidência deste caráter geopolítico é que foi justamente após a descoberta do pré-sal no Brasil que assistimos a uma sequência iniciada com a Lava Jato, que passa pelo Golpe e abre caminho para a completa alteração da referência de política externa, com o Governo Bolsonaro.
Submissão aos EUA
“A Lava Jato não teria ocorrido sem os EUA, foi de fato inspirada pelos EUA, mas sem esses atores internos, que se dispuseram a trabalhar para eles dessa forma, jamais teriam alcançado êxito”, analisa o sociólogo Marcelo Zero em referência ao ex-juiz Sergio Moro e ao ex-coordenador afastado da operação, Deltan Dallagnol.
Para ele, a Lava Jato foi de fato inspirada pelos EUA, tem hegemonia técnica e política do Departamento de Justiça de lá e, por meio desta subserviência foi responsável para que a Petrobras pagasse em 2018 US$ 1,78 bilhões ao Tesouro norte-americano.
“Só o fato de permitirem que a Petrobras pagasse multas milionárias mostra que havia uma influência excessiva do governo e interesse norte-americanos nessa operação”, indica Zero, que é especialista em relações internacionais.
É o que pensa também a militante do Levante Popular da Juventude e economista, doutora pela Unicamp, Juliane Furno. Para Juliane, a diminuição expressiva no número de vagas em empresas que se relacionavam com a cadeia de petróleo e gás, após o período da Lava Jato é visível, evidenciando o efeito nocivo a esta indústria.
Balança desequilibrada
Outro dado sempre trabalhado por Juliane Furno é de que, na prática, a Lava Jato recuperou aos cofres públicos 35 vezes menos do que gerou, em médio prazo, como prejuízos para a indústria nacional no geral, e para a Petrobras especificamente. Confira no vídeo.
Ao visualizarmos os números, fica evidente o que representou em queda de postos de trabalho neste ramo, após o período da operação.
Somente no sistema Petrobras, entre 2013 e 2016 a perda de postos de trabalho formal foi de uma média de 260 mil empregos.
Segundo o livro “O espetáculo da corrupção”, de Walfrido Warde, em dezembro de 2013 tínhamos 1.059.911 trabalhadores empregados no somatório das 29 empreiteiras investigadas pela Lava Jato. Um ano depois, a cifra tinha caído mais da metade.
“Então a Lava Jato é responsável por esse grande impacto econômico, de desestruturar uma empresa estatal e essas grandes empresas, com competitividade inclusive internacional, geradora não só de emprego, mas de exportações que vão na contramão da nossa história recente de ser república de banana”, explica Juliane.
O Ato Virtual pela Soberania Nacional em defesa do Povo Brasileiro acontece neste sábado também nas redes do Comitê Nacional (clique aqui) e outras páginas das organizações populares, bem como no Youtube da TVT.