No Recife, 10 toneladas de alimentos da agricultura camponesa foram doados. Foto - Olívia Godoy

O dia 16/10 é o Dia Mundial da Alimentação, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e mobilizado pelos movimentos camponeses organizados na Via Campesina como o Dia Internacional da Luta por Soberania Alimentar e contra as multinacionais. Uma série de lutas e ações de solidariedade marcam a data.

No sábado, 16, além da atividade internacional “Soberanía Alimentaria: 25 años construyendo futuro”, promovida pela Via Campesina Internacional, no Brasil está sendo convocada uma grande Conferência Virtual Contra a Fome. Nesta sexta-feira, 15, o ex-presidente Lula se encontra com os movimentos de luta pela terra no Brasil. É esperada também um pronunciamento do pontífice, o Papa Francisco II sobre o tema.

Já nesta quinta-feira, 14, as organizações da Via Campesina Brasil realizaram ações simbólicas nas cinco regiões do país em denúncia ao atual contexto do aumento da fome no Brasil, que faz parte da estratégia política do governo Bolsonaro.

Em Brasília, no Distrito Federal, como parte da “Jornada Nacional da Soberania Alimentar: Contra o Agronegócio para o Brasil não passar fome”, os movimentos da Via ocuparam a Aprosoja – Associação Brasileira dos Produtores de Soja, empresa que apoia vários parlamentares componentes da Bancada Ruralista no Congresso Nacional, uma das principais articuladoras de projetos de lei que flexibilizam o desmatamento, a grilagem de terras e autorizam o maior uso de agrotóxicos no país. Em 2021, o governo federal já liberou o uso de 411 tipos distintos de venenos.

“Soberania Alimentar é a radical democratização dos processos de organização da produção, comercialização e distribuição de alimentos. A luta pela Soberania Alimentar passa pela luta contra o modelo devastador do agronegócio e tem na agroecologia e na reforma agrária os pilares fundamentais de disputa, apresentando um outro modelo de agricultura, sustentável, sem veneno, com diversidade produtiva, com controle popular dos meios de produção”, afirma Marco Baratto, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A Jornada, que se iniciou no último dia 10, vai até o próximo sábado, Dia Internacional de Ação por Soberania Alimentar dos Povos e Contra as Transnacionais. As ações também ocorrem em resposta ao veto da Lei Assis Carvalho II, que visa amparar a agricultura familiar em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.

Solidariedade: Gente é pra brilhar!

Na manhã desta quinta, os movimentos populares que integram a Via Campesina fizeram uma doação de 10 toneladas de alimentos produzidos em assentamentos e acampamentos da reforma agrária para 19 Bancos Populares de Alimentos espalhados na Região Metropolitana do Recife.

::: Leia também: Brasil Livre da fome: MPA realiza jornada de lutas pela soberania alimentar :::

“Teremos várias ações em todos os estados e na internet. Aqui em São Paulo estamos construindo junto com vários parceiros mais uma ação de luta contra a fome, por soberania alimentar, da Campanha Gente é Pra Brilhar Não Pra Morrer de Fome”, explica Carla Bueno, da coordenação da Campanha. Um marmitaço acontece no sábado com alimentos oriundos da agricultura camponesa.

Para apoiar a Campanha Gente é Pra Brilhar, que organiza os marmitaços e ações de solidariedade em todo país, basta enviar sua quantia para o pix:

Com informações da Via Campesina.