Foto: Ricardo Stuckert

Em Brasília, o ex-presidente Lula se encontrou com uma ampla representatividade do movimento sindical dos servidores públicos e com parlamentares da Câmara e do Senado para reforçar a luta contra a Reforma Administrativa de Guedes e Bolsonaro, proposta na PEC 32 e em discussão no Congresso. Lula dialogou com membros de empresas públicas de esferas municipais, estaduais e federais. 

“Nós precisamos mudar o jeito de pressionar o Congresso Nacional. Esse cidadão tem que ser pressionado na rua que ele mora, na cidade que mora. Eles habitualmente não sentem o drama que a sociedade vive e eles precisam entender que o povo tá sentindo é ali na cidade onde ele mora”, reflete Lula. Já calejado de tantas lutas, Lula segue renovando ideias para defender os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras: “Pra gente ter poder de pressão”, alega.

O exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS), para Lula, aponta a importância da luta pelo serviço público, pois sempre foi destruído pela imprensa brasileira, que só mostrava pra falar mal e ignorando os milhares que recebem remédio de graça ou são salvos todo dia. Com a pandemia de Covid-19, segundo o líder, finalmente as pessoas descobriram a grandiosidade do serviço prestado pelo SUS e a grandeza dos trabalhadores da saúde desse país, que “colocaram suas vidas em risco”.

Lula usou também o exemplo da crise financeira de 2008. “Quando o sistema financeiro internacional quebrou por causa do Lehman Brothers e da especulação nos EUA, quem salvou esse país foram os bancos públicos brasileiros, coordenados pelo BNDES. Porque nós colocamos 500 bilhões para salvar a economia brasileira”, relembrou Lula. Ele enfatiza: “é pra isso que a gente precisa de serviço público, de concurso, de empresa pública. É pra gente garantir a soberania nacional! Não é cargo público pra dar emprego pra general!”, dispara. 

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Além de contribuir na formulação das estratégias de luta, Lula reforça a importância das políticas públicas e do serviço público em suas diversas esferas na vida real da população brasileira. “Esse país precisa de mais democracia, mais respeito, de serviço público de mais qualidade. Está intimamente ligada a qualidade de vida das pessoas à qualidade do serviço público”, defende o ex-presidente.

Denúncias contra a Reforma ultraliberal de Bolsonaro e Guedes

Tanto parlamentares como sindicalistas de diversos ramos presentes denunciaram que a proposta que altera a Constituição é punitiva em relação ao servidor, diz ao povo mentiras e, ao final das contas, quer dizer que a crise dos municípios é em função da folha de pagamento, quando a crise acontece devido à falta de pacto federativo, à PEC do teto dos gastos e ao desgoverno de Bolsonaro. 

“O golpe arrebentou com as políticas públicas e, hoje, com esse cidadão desorientado, estamos vivendo um processo de declínio do Estado brasileiro. Ele veio para desgovernar e destruir o Estado. Ele é um perigo para a sociedade”, protesta Alice Portugal, deputada do PCdoB. “A PEC 32, sua alma é para vender o serviço público, cada segmento, e colocar na mão das empresas e militares, para agonizar a atividade pública no Brasil. A alma da reforma é o sonho ultraliberal. É ‘voucherizar’ o SUS”, denuncia.

Estiveram presentes no encontro político contra a Reforma Administrativa a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), a Confederação dos Trabalhadores dos Serviços Públicos Municipais (Confetam), a Federação dos Servidores Estaduais (Fessergs), a Confederação dos Servidores Públicos Federais (Condesef), o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Fentect), a Federaçao dos Portuários e a Federação dos Bancários, além de deputados e senadores.

Assista aqui à íntegra do encontro: