Foto: Ricardo Stuckert

A libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um efeito positivo para sua imagem. A rejeição à sua prisão subiu, segundo pesquisa da consultoria Atlas, feita na Internet entre os dias 10 e 11 de novembro — dois dias após sua soltura — com 2.000 pessoas de todas as regiões do Brasil.

Na comparação com o levantamento feito em julho, houve uma alta de sete pontos percentuais no índice de rejeição ao cárcere do ex-presidente, que passou de 37,4%% para 44,4%, respectivamente.

A percepção da imagem de Lula também melhorou. Na pergunta “Você tem uma imagem positiva ou negativa de Lula”, 40,7% pontuaram como positiva, enquanto que em agosto o índice era de 34%.

Ainda sobre a condenação que levou Lula à cadeia por 580 dias, a pesquisa mostra alguns resultados aparentemente contraditórios. Enquanto 47,8% se mostram a favor de sua prisão e 44,4% contra, 52,2% dizem que ela foi justa, ao passo que 42,3% acreditam que foi injusta.

“Isso sugere que uma parcela chave da população considera que Lula já pagou o suficiente pelos erros que consideram tê-lo levado a sua condenação”, explica o cientista político Andrei Roman, fundador da Atlas. Roman observa que esse grupo se mostra “disposto a perdoar” o líder petista.

Roman opina que “boa parte dos eleitores do Lula esperaria que o STF fosse decidir por sua inocência, ao invés de adotar essa solução, que essencialmente deixa o petista refém no futuro, e faz dele um bode expiatório para a libertação de outros personagens, muitos deles bem controversos”.

Porém, o cientista político não sabe dizer se esse assunto abordado pelo Supremo e toda sua natureza complexa ficou articulada com tanta clareza na cabeça do eleitorado lulista.

“De qualquer forma, a dinâmica do STF dos últimos anos foi de muitas contradições em relação a sua própria jurisprudência. Apesar de guiado muito pela opinião pública, as reviravoltas e a fragmentação da Corte deixou ela bastante desacreditada, tanto com os eleitores mais à esquerda, como mais à direita. A população enxerga essas contradições como oportunismo ou briga pelo poder, o que talvez explique por que a decisão não tem um apoio popular semelhante à rejeição da prisão de Lula”, argumenta.

A queda de popularidade do governo Bolsonaro e as revelações do Vaza Jato são provavelmente os dois fatores mais importantes que levaram esse segmento a reconsiderar seu posicionamento em relação ao Lula, avalia o especialista.

Para Roman, não necessariamente mudou a percepção de que o petista é culpado, mas as pessoas parecem ter relativizado a gravidade das acusações contra ele, explica. “Mostrou-se que a Lava Jato não era exatamente a guerra entre o bem e o mal que eles enxergavam no passado. Para essas pessoas, a realidade se revela mais.

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