Brasil Livre da intolerância e da violência: casos de violência LGBTfóbica e racial chocam o Brasil
O Bolsonarismo abriu as portas para o recrudescimento da intolerância e violências que já estão estratificadas em nossa formação social histórica, como o racismo, o machismo, a LGBTfobia, entre outras. Como evidência disso, nesta semana dois casos que ganharam visibilidade chocaram o Brasil.
Na última quinta-feira, o cicloativista e entregador da rede Señoritas Courier, Joaquim Renato Souza, foi agredido durante o trabalho enquanto pedalava, na cidade de São Paulo. Joaquim é homem trans, pansex. Primeiro ele foi xingado de “viadinho”, por um motorista incomodado com sua presença na via (em um trecho sem ciclovia).
Numa posição corajosa e em resistência à opressão, Joaquim encarou seu agressor, declarando seu orgulho. Uma quadra depois, o homem parou o carro, pulou a mureta da ciclovia e atacou o ciclista com socos e dizendo que ia matá-lo, até ser parado por uma outra ciclista que ameaçou chamar a polícia.
Uma viatura socorreu o jovem, que estava muito ensanguentado com lacerações na cabeça e rosto. Um Boletim de Ocorrência virtual foi aberto pelos oficiais, que o deixaram no hospital. Joaquim não terá sequelas no olho, mas ficará ainda alguns dias sem enxergar devido ao inchaço.
Ele está acolhido pelos coletivos cicloativistas que faz parte e devem organizar uma vaquinha para garantir estes dias que o trabalhador estará afastado das entregas. A placa do carro foi fotografada e as integrantes do Señorita Courier já estão acionando a assistência jurídica.
Racismo e discurso de ódio político
No Rio de Janeiro, na feirinha do Largo do Machado, na região central da cidade, mais um caso de racismo e intolerância política. A vendedora Nayara dos Santos foi atacada por uma bolsonarista com comentários racistas e que “ameaçava” “filmar e postar no Facebook”. A lojinha vende produtos com imagens de Lula, Marielle e pano de chão com foto de Bolsonaro.
Segundo informações, a agressora visitou o local num dia, quando já emitiu ofensas, e voltou na última quarta-feira, 22, muito mais agressiva, chutando a banquinha, com xingamentos racistas e celular em mãos: “Essa gente tem que morrer… Na minha opinião, vocês tinham que morrer de fome, tinha que quebrar isso tudo. Vocês são uma bosta. Vamos filmar e colocar no Facebook”.
Após os ataques, as vendedoras receberam o apoio de outros expositores no local e de seguranças da Guarda Presente. Pessoas que passavam em frente à barraca na noite de ontem pararam para prestar solidariedade e comprar os produtos.
Um Brasil Livre do racismo e da LGBTfobia é possível
Lula tem abordado sensivelmente os temas das violências estruturais e da necessidade de encararmos as feridas de nossa formação histórica.
“Queremos ajudar a construir um mundo justo, um mundo mais humano, um mundo em que a mulher não seja tripudiada por ser mulher, um mundo em que as pessoas não sejam tripudiadas por aquilo que querem ser, um mundo em que a gente venha abolir definitivamente o maldito preconceito neste país”
“Construir um mundo em que os jovens possam transitar livremente pelas ruas de qualquer lugar sem a preocupação de levar um tiro, um mundo onde as pessoas possam ser felizes onde quiserem ser, que as pessoas sejam o que elas decidirem. Um mundo onde a gente tem que respeitar a religiosidade de cada um. As pessoas podem ser homossexuais e a gente respeitar quem elas são”
Lula em discurso em São Bernardo do Campo, maio de 2021.
Com informações da Agência O Globo.