Em sua jornada pelos estados do Nordeste para dialogar com movimentos sociais, trabalhadores, estudantes, artistas e lideranças políticas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve com os senadores Tasso Jereissatti (PSDB-CE), Cid Gomes (PDT-CE) e com Eunício Oliveira (MDB), ex-presidente do Senado.

Lula começou seu último dia da visita ao Ceará com encontro no escritório do senador Tasso, em Fortaleza. O ex-presidente foi acompanhado pela presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-deputado estadual Ilário Marques (PT-CE).

Embora a costura de alianças voltadas às eleições de 2022 estivesse diluída na pauta, o tema central do diálogo entre as lideranças foi a defesa da democracia, seriamente ameaçada pelo fantasma do autoritarismo, conforme anotou o ex-presidente em sua página no Twitter.

Lula pede diálogo

“Diálogo importante com o senador @tassojereissati hoje em Fortaleza. Democracia no centro da discussão. Os democratas desse país têm a responsabilidade e o desafio de resgatar a civilidade na política brasileira pelo bem do Brasil”, afirmou Lula.

Para o período da tarde ficaram os encontros com o senador Cid Gomes, irmão do presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE), no Palácio da Abolição. Cid e Lula têm um histórico de diálogo, apesar de tensões entre o petista e Ciro, seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia. Na sequência, Lula se reuniu com o presidente do MDB no Ceará, Eunício Oliveira, em sua residência. “Recebo neste momento o ex-presidente @LulaOficial para um encontro com lideranças do MDB Ceará”, escreveu o ex-senador em sua página no Twitter. “Fui ministro dele e o tenho como grande estadista. Conversamos sobre vários assuntos, especialmente sobre a atual conjuntura política e econômica do Ceará e do Brasil.”

Em todos os encontros, Lula pediu a união das forças democráticas no segundo turno caso Bolsonaro tenha boa votação no primeiro. E também chamou atenção para a grave instabilidade política no país, com as ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro e medidas já tomadas.

Partidos contra Bolsonaro

Na última sexta-feira, o governo Bolsonaro entregou ao Senado pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O presidente estuda pedir também o impeachment do ministro Luís Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

A situação é tão grave que neste domingo (22), partidos de oposição (PT, PDT, PSB, Cidadania, PCdoB, PV e Rede), além de PSDB, DEM e MDB, publicaram cartas apoiando as instituições e pedindo respeito à democracia e à independência dos poderes.

As afrontas de Bolsonaro à normalidade democrática levaram dez ex-ministros da Justiça e da Defesa a se mobilizarem por meio de manifesto dirigido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No documento, eles pedem a rejeição do pedido de impeachment de Alexandre de Moraes.

Lula no Nordeste

Entre os signatários está o senador Jaques Wagner (PT-BA). Nas redes sociais, ele reafirmou que uma eventual admissão do processo de impeachment contra ministro do Supremo Tribunal Federal, neste momento, “surtirá efeitos nocivos à estabilidade democrática” e pode levar a uma “imensa insegurança no espírito de nossa sociedade e negativa repercussão internacional da imagem do Brasil”.

Lula está em viagem pelo Nordeste desde o último dia 15. Começou por Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará, onde conversou com lideranças dos movimentos sociais e visitou obras com os governadores Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Flávio Dino (PSB-MA) e Camilo Santana (PT-CE). Lula tem sido recebido também por políticos de outras legendas, como Progressistas, Republicanos e Avante.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, caso as eleições fossem disputadas nos dias de hoje, Lula segue viagem para o Rio Grande do Norte, governado por Fátima Bezerra (PT), e Bahia, sob comando do governador Rui Costa (PT).

Da Rede Brasil Atual.