Sob o tema permanente “Vida em primeiro lugar”, a 27ª edição do Grito dos Excluídos aponta para o lema “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”.

A manifestação dos movimentos populares traz a denúncia, o anúncio e animação diante da difícil realidade em que vivemos, com o desgoverno e avanço descontrolado da pandemia da Covid 19, da intensificação da fome, da falta de moradia, do desemprego, da violência, do desmonte das políticas públicas.

Um momento de anunciar a importância da unidade das organizações e lutadores e lutadoras do povo pela garantia dos direitos sociais básicos – casa, comida, trabalho, terra, renda – e por um novo projeto de sociedade.

“Dia 7 de setembro é hora de ir pra rua! A rua é do povo! Fora Bolsonaro genocida!”, conclama Kelli Mafort, da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Confira o chamado da dirigente do MST, Kelli Mafort:

Os eixos e objetivos orientadores organizam a participação de cada coletivo e bandeira de luta: terra, território, soberania alimentar; moradia digna, direito à cidade; trabalho, emprego, renda; juventude; saúde, vacina, SUS; educação e a retomada das aulas; democracia, soberania, Privatizações, desmonte do Estado; militarização; violência contra a população negra, indígena, mulheres, LGBTQI+, crianças e adolescentes, pessoas em situação de rua, imigrantes.

Origens dos Gritos dos Excluídos

A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.

O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.

::: Leia também: Golpe continuado: injustiça contra Dilma e a democracia pariu Bolsonaro com sua política genocida :::

O Grito é uma descoberta, uma vez que agentes e lideranças apenas abrem um canal para que o Grito sufocado venha a público.

O Grito brota do chão e encontra em seus organizadores suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade. O Grito não tem um “dono”, não é da Igreja, do Sindicato, da Pastoral; não se caracteriza por discursos de lideranças, nem pela centralização dos seus atos; o ecumenismo é vivido na prática das lutas, pois entendemos que os momentos e celebrações ecumênicas são importantes para fortalecer o compromisso.

Alguns lemas que marcaram história:

1995 – “A Vida em primeiro lugar”

1998 – “Aqui é o meu país”

2001 – “Por amor a essa Pátria Brasil”

2002 – “Soberania não se negocia”

2011 – “Pela vida grita a TERRA… Por direitos, todos nós!”

2013 – “Juventude que ousa lutar constrói projeto popular”

2017 – “Por direitos e Democracia, a luta é todo dia”