Brasil se manifesta contra fome, por auxílio, vacina e pra barrar a Reforma Administrativa
As Centrais Sindicais e os Movimentos Sociais, de forma unitária, realizaram, nesta quarta-feira, 26, o ato nacional #600ContraFome, em frente ao Congresso Nacional em Brasília. O Ato ocorre em defesa do auxílio emergencial de R$ 600,00, contra a fome e a carestia, por vacina no braço e comida no prato.
Ao final, serão doadas 3 toneladas de alimentos, produzidos pelo MST e CONTAG, para a CENTCOOP. Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara dos Deputados, vai receber os presidentes das Centrais Sindicais, às 12h desta quarta-feira (26), após, o ato #600ContraFome, quando será feita a entrega da Agenda Legislativa das Centrais Sindicais
Cenário da fome é desolador
O agrônomo, diretor geral do Instituto Fome Zero, ex-ministro extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome e ex diretor da FAO, professor José Graziano aponta soluções para conter a fome: Auxílio Emergencial com valor maior, “nesse momento de crise precisa de campanha de arrecadação e distribuição, o Fome Zero também começou com uma campanha assim, dar de comer a quem tem fome”, lembrou.
Graziano sustenta que apesar de o Brasil ter sido o único país a acabar com a fome em pouco tempo, como ocorreu no governo Lula, “a situação piorou”. Dados de dezembro de 2020 sobre evolução da fome no país mostram que um de cada cinco brasileiros passa fome hoje.
A situação que já era grave, piorou com a pandemia. Hoje, um de cada três nordestinos passa fome, “me lembra os piores momentos de fome na África”, lamenta. “E quem não passa fome, come mal”, explicando mais sobre segurança alimentar. Ele mostra com seus dados que o Brasil todo passa fome hoje. “Há 73 milhões de pessoas que comem mal no país. Nunca vi números parecidos”, explica.
Graziano insiste que não faltam alimentos, “mas sim dinheiro no bolso da população para poder consumir e se alimentar”. Também falou sobre as dificuldades para plantar o próprio alimento, o aumento da fome de acordo com gênero e raça e que no campo, “só a Casa Grande não sofre insegurança alimentar”. Também falou sobre a agricultura que não gera emprego e renda, mas commodities para o grande capital e que foi o aumento do salário mínimo nos governos Lula e Dilma que gerou melhor alimentação.
Abolir o teto de gastos também foi citado como algo que precisa acabar. E a retomada de canais participativos: “quem acaba com a fome não é o governo, é a sociedade, precisamos enfrentar juntos, com coordenação dos Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional (Conseas) estaduais e municipais”. Boa educação alimentar e acesso a produtos naturais e saudáveis, principalmente para crianças, conter os comerciais de alimentos processados também estão na lista de ações urgentes citados por ele.
Atos por todo país (galeria de imagens)
Com informações da Fundação Perseu Abramo.