O ex-diretor da OAS Augusto Cesar Uzeda negou acusações feitas contra o ex-presidente Lula pelo ex-presidente da empreiteira Léo Pinheiro na delação premiada firmada com a Lava-Jato. Uzeda foi apontado por Pinheiro como testemunha que poderia corroborar fatos apresentados por ele em uma investigação aberta contra o petista pelos crimes de corrupção e tráfico de influência internacional.

Como informou a coluna, essa investigação foi arquivada neste mês. O próprio Pinheiro escreveu uma carta de próprio punho em que voltou atrás sobre acusações que apresentou em seu acordo. Além desse documento, as informações prestadas por Uzeda também integraram os argumentos da defesa de Lula para pedir que o caso fosse encerrado.

Nos esclarecimentos por escrito aos quais a coluna teve acesso, com 17 tópicos, Uzeda disse que não presenciou nenhum pedido para obter o envolvimento de Lula no aumento de capital do Banco Centro Americano de Integração Econômica (BCIE) durante um evento da OAS realizado em 2011 na Costa Rica. Uzeda afirmou que toda agenda que presenciou, incluindo uma palestra do petista e um jantar, foi “em local público com centenas de pessoas”.

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As falas contrariam a delação de Léo Pinheiro, que disse que, durante essa viagem à Costa Rica, pediu a Lula que realizasse uma audiência com Nick Rischbieth, presidente do BCIE. O objetivo da reunião, segundo Pinheiro, era aumentar a participação do Brasil na estrutura societária da instituição financeira e “credenciar a OAS a realizar parceria com tal Banco”. O empreiteiro afirmou que o encontro ocorreu na suíte onde Lula estava hospedado e que contou com a presença de Uzeda. O ex-diretor da OAS, no entanto, nega a existência de uma conversa com o petista em sua suíte.

O ex-diretor afirmou também que meses após esse encontro, a OAS teve prejuízos no país, já que as obras da Concessionária San José – San Ramón, em que empreiteira atuava na Costa Rica, foi descontinuada. “Não tenho conhecimento de qualquer vantagem indevida solicitada pelas pessoas mencionadas neste inquérito, tampouco de qualquer ato das autoridades locais que pudesse ter beneficiado ilegalmente aConstrutora OAS, finalizou Uzeda.

Da coluna da Bela Megale, no O Globo.