O ex-juiz Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa sentença criticada pelos maiores juristas do Brasil e do mundo, abrindo caminho para a ascensão de Jair Bolsonaro, de quem foi ministro, admitiu que o depoimento de Lula na Lava Jato foi tomado num “ringue” de boxe – o que reforça a suspeita de parcialidade. A declaração foi concedida em entrevista à Globonews, da Globo.

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Pode isso, STF?

Com a sua fala no programa da Globo News deixa claro, Moro rompeu a determinação de imparcialidade e impessoalidade, fixadas pela Constituição Federal de 1988, pelo Código de Processo Penal e pelo Código de Ética da Magistratura.

Sua suspeição é irrefutável, e tem como consequência a nulidade absoluta do processo, na forma prevista no inciso IV, do artigo 254, c/c inciso I, do artigo 564, ambos do Código de Processo Penal.

A defesa do ex-presidente e a Campanha Lula Livre alegam que Lula não teve um julgamento justo conforme determina a legislação brasileira. Moro coordenou o trabalho dos procuradores da operação Lava Jato e não foi imparcial durante todo o processo de julgamento do líder metalúrgico.

É por isso que a Campanha em defesa do ex-presidente que reúne amplos movimentos sociais e diferentes partidos políticos defende que o julgamento precisa ser anulado.

Por todas as evidências que a história (ela é implacável mesmo) vai revelando – como a participação do FBI (Departamento de Justiça dos Estados Unidos), a influência de Moro nos trabalhos dos procuradores do Ministério Público, as ações que sabotaram a soberania nacional, a divulgação do grampo de ligação da ex-presidente Dilma Rousseff e tantas outras atrocidades jurídicas, como grampear o escritório dos advogados Cristiano e Valeska Zanin, – o julgamento de Lula precisa ser anulado, porque tanto ele quanto o Brasil precisam de justiça.

Papel da imprensa

Parte da imprensa na época do julgamento também tinham essa mesma concepção do papel de Moro, ou seja, que ele era o acusador. Mas como essa mesma imprensa servia (e serve) como operadora da Lava Jato em um acordo maior que envolve a soberania nacional, ela não fez o seu papel de analisar e retratar as infrações do juiz. Fez o contrário, ajudou a constituir a narrativa de que ele era o ‘novo herói nacional’.

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