Com anuência de Moro, PF ignora suspeitas de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica de Flávio Bolsonaro
Nos próximos dias, a Polícia Federal, sob comando de Sérgio Moro, entregará à Justiça o relatório final onde conclui não haver indícios de que o filho do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro, tenha cometido lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Pelo histórico da relação do presidente com o ministro da Justiça, o resultado não surpreende. Entretanto, o Ministério Público do Rio de Janeiro, que apura a prática da “rachadinha” com a ajuda do assessor e laranja, Fabrício Queiroz, no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa, quando ele era deputado estadual, aponta em outra direção.
Segundo a Promotoria, o filho de Jair Bolsonaro lavou até R$ 2,3 milhões com transações imobiliárias e com sua loja de chocolates e nas negociações de imóveis e na declaração de bens na eleição de 2018.
“Pergunta pra PF, eu não me meto nas questões do Judiciário”, disse Bolsonaro, ao ser indagado sobre o caso.
O site Intercept já previa a postura de Bolsonaro e também de Moro a partir de mensagens privadas entre procuradores do Ministério Público Federal divulgadas em julho do ano passado.
Os diálogos revelaram que o chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, sugeriu aos colegas que Moro protegeria Flávio Bolsonaro nas investigações sobre o caso Queiroz para não desagradar o presidente e para garantir uma possível indicação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em outras conversas reveladas, fica explícita a percepção de Dallagnol de que o senador cometeu crime de corrupção quando foi deputado estadual.
“É óbvio o q aconteceu… E agora, José?”, escreveu Dallagnol em um grupo de procuradores logo depois de compartilhar a notícia de que Fabrício Queiroz havia feito um depósito de R$24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
“Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, escreveu.
“Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupção se o filho dele vai sentir a pauta na pele?”, questionou o procurador.
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