A expressão “Grande dia” é utilizada em sites de redes sociais para ressaltar acontecimentos importantes e marcar a data. Pois ontem, a absolvição dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rouseff foi um desses acontecimentos que merece ser comemorado.

Outro fato relevante é a abertura da primeira investigação contra um dos procuradores da Lava Jato, Januário Paludos (por acaso ou não, o grupo que vazou do Telegram dos procuradores da operação é chamado de “Filhos de Januário”). Ele é ainda apontado como um dos principais conselheiros de Deltan Dallagnol.

Justiça para Lula e Dilma

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A Justiça absolveu sumariamente os ex-presidentes Lula e Dilma, além dos ex-ministros Antonio Palocci Filho, Guido Mantega e João Vaccari Neto, em ação referente ao chamado “quadrilhão do PT”.

A decisão foi assinada pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara do Distrito Federal.

Segundo Bastos, a “denúncia apresentada, em verdade, traduz tentativa de criminalizar a atividade política”.

“A inicial acusatória alonga-se na descrição de inúmeros ilícitos penais autônomos sem que revele a existência de estrutura ordenada estável e atuação coordenada dos Denunciados, traços característicos de uma organização criminosa. Numa só palavra, não evidencia a subsistência do vínculo associativo imprescindível à constituição do crime”, segue o juiz na decisão.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, anunciou em seu perfil no Twitter:

Procurador da Lava Jato acusado de receber propina

No mesmo dia, o Ministério Público Federal decidiu abrir investigação penal sobre procurador da Lava Jato Januário Paludo, acusado por doleiro de receber propina.

Dario Messer, conhecido como “o doleiro dos doleiros”, é um dos que devem ser ouvidos na investigação penal no STJ. Outros nomes que acusam a Lava Jato de praticar desvios também poderão ser chamados a depor, como o advogado Rodrigo Tacla Duran, conforme apurou a reportagem.

Os diálogos de Messer com sua namorada são de agosto de 2018. Eles foram obtidos pela PF do Rio de Janeiro, de acordo com o UOL, durante as investigações que resultaram na operação Patrón, fase mais recente da Lava Jato fluminense.

Nas conversas obtidas pela PF, Messer diz à sua namorada que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com Paludo, e acrescenta: “Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”.

Para a PF, ainda de acordo com a reportagem do UOL, os “meninos” mencionados por Messer são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca, suspeitos de atuar com o doleiro em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio.

Paludo está na Operação Lava Jato em Curitiba desde o seu início, em 2014. Já trabalhou em outras operações de combate à corrupção, como o caso Banestado, e é apontado como conselheiro do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, e próximo do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça.

Com informações da Folha de S. Paulo.