Cerca de 300 representantes de 80 organizações sociais e políticas de todo o país lotaram o auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, neste sábado (21), para realização da primeira Plenária Nacional Lula Livre. Além de balanço do movimento e definição dos próximos passos, a plenária serviu para reafirmar que, nos acordos com outros setores, no que se refere ao futuro do país, a bandeira da liberdade do ex-presidente é inegociável.

“Não tem nenhum acordo com quem discorda da bandeira Lula Livre. É preciso entender que não dá para separar a luta por sua liberdade das demais, porque sua prisão é justamente a causa dos principais problemas do país. Precisamos libertar imediatamente o maior líder popular do Brasil. Só existe a retomada do estado democrático de direito com Lula livre”, afirmou Márcio Macedo, vice-presidente nacional do PT.

Valério Arcary, historiador e dirigente do PSOL, foi na mesma linha. “Devemos procurar a unidade na ação sem aceitar vetos. O veto que é inegociável é a bandeira Lula Livre. Porque a defesa da liberdade de Lula é a liberdade de todos nós”, destacou.

“Temos diferentes análises, mas a nós não serve tornar divergências secundárias em centrais. Estamos nesta luta em compromisso com o povo brasileiro e temos confiança ele vai ser reerguer e, afinal, a Justiça, a Liberdade e o progresso social hão de vencer”, destacou também Walter Sorrentino.

Já advogada Carol Proner apresentou um levantamento das perseguições jurídicas contra Lula pela Lava Jato. O documento foi feito pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

“Lula é um preso político e isso é completamente consolidado”, afirmou Carol. Para ela, lutar pela liberdade do ex-presidente é “pressuposto de qualquer construção do país”.

Tarefas

“Temos três tarefas principais”, disse Macedo. “A campanha pela liberdade do presidente Lula, a oposição ao governo Bolsonaro, contra o desmonte do país e a entrega da soberania nacional, e a denúncia da parcialidade da Lava Jato, de Dallagnol e Moro”.

Para Walter Sorrentino, vice-presidente nacional do PCdoB, os ataques ao patrimônio nacional, aos direitos e ao povo brasileiro não encontram paralelo no passado recente.

“Nos últimos 80 anos é a pior ofensiva que a gente enfrenta”, constatou. “Não tem nenhum projeto para o país, apenas o projeto de agrado ao capital para tentar se manter no poder”.

No período da tarde, os participantes da plenária se dividiram em grupos de trabalho para debater temas como organização, finanças, engajamento, formação, cultura, comunicação e juventude.

“O objetivo é a gente fazer um balanço de ver as coisas que estão dando certo, o que está dando errado para melhorar nossa capacidade de dialogar com o povo, os trabalhadores e movimentos sociais a respeito do que aconteceu no Brasil com o golpe e por que o Lula está preso e foi injustamente condenado”, explicou Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

Ao final da Plenária os militantes fizeram um “Boa Noite, Presidente Lula” e ainda um minuto de silêncio em memória da menina Ágatha, morta pela política de extermínio de Witzel, no RJ. Confira no vídeo:

Luta Internacional

Como demonstram as diversas visitas internacionais recebidas por Lula em Curitiba (PR) – com nomes como Adolfo Esquivel, prêmio Nobel da Paz; Noam Chomsky, intelectual norte-americano; e Danny Glover, embaixador da ONU – o movimento por sua libertação extrapola as fronteiras brasileiras.

Artur Henrique da Silva Santos, ex-presidente da CUT e representante do Comitê Internacional Lula Livre, apresentou um balançom dos apoios conseguidos nos últimos meses.

“Desde a plenária que realizamos no Sindicato dos Metroviários, em março, cresceu a mobilização internacional. As manifestações do início de abril ocorreram em 50 cidades de 30 países. Elas foram organizadas pelos Comitês Lula Livre, a FIBRA (Frente Internacional de Brasileiros contra o Golpe) e estão cada vez mais fortes”, afirmou Arthur Henrique.

Ele lembrou que, apesar da força do movimento internacional, os falas de apoio e as visitas feitas a Lula são ignoradas pela imprensa brasileira.

“As iniciativas não aparecem na imprensa nacional. Há uma invisibilidade da campanha, em contraponto com a cobertura em nível internacional, que sempre mostra as ações em defesa de Lula”, comparou.

Organizações

Entre as mais de 80 organizações nacionais que participam da campanha Lula Livre, estão a UNE, Levante Popular da Juventude, MST, MTST, CUT, CTB, Intersindical, ABI, a Marcha Mundial das Mulheres e movimentos LGBT, de juventude e negro.

Neste sábado, a abertura do encontro teve uma intervenção artística da Companhia Paulista de Teatro, que interpretou trecho da peça “Liberdade, Liberdade”, escrita por de Millôr Fernandes e Flávio Rangel em 1965, na ditadura militar.

O rapper Lucas Afonso, campeão do Slam Brasil 2015, também participou da plenária. Ele apresentou um poema sobre o governo Bolsonaro e os ataques a democracia.

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