Artigo publicado hoje no jornal Folha de S. Paulo pelo jornalista defende novo julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No artigo, Magnoli argumenta que a sua defesa de novo julgamento não é por Lula ou pelo Partido dos Trabalhadores, mas em defesa “de um precioso bem público: o Estado de Direito”.

“O STF examinará, logo mais, as condenações impostas a Lula. Hoje sabemos, graças à Vaza Jato, que os processos tinham cartas marcadas. O conluio entre Estado-julgador e Estado-acusador violou as leis que regulam o funcionamento do sistema de Justiça. A corte suprema tem o dever de preservar o Estado de Direito, declarando a nulidade dos julgamentos e colocando o ex-presidente em liberdade”, defendeu o Demétrio Magnoli.

​​O jornalista tem opinião crítica sobre os julgamentos coordenados pelo ex-juiz Sergio Moro e aponta que ele “agiu como juiz de instrução italiano, uma espécie de coordenador dos procuradores —mas no Brasil, onde inexiste essa figura, não na Itália, onde um juiz diferente profere a sentença.”

“Batman e Robin. Moro e Dallagnol, comparsas, esculpiram juntos cada passo do processo, nos tabuleiros judicial e midiático. No Partido dos Procuradores, milita também a juíza Gabriela Hardt, que copiou a sentença de Moro para fabricar a do sítio —e que, num trecho original de sua peça plagiária, trata José Aldemário Pinheiro e Leo Pinheiro, nome e apelido da testemunha-chave, como pessoas distintas.

Magnoli defende que Moro e o procurador Dallagnol precisam ser julgados pela farsa arquitetada contra o Estado democrático de direito.

“Batman, Robin e cia merecem sentar no banco dos réus sob a acusação de fraudar o sistema de Justiça. Lula livre, não por ele ou pelo PT, mas em defesa de um precioso bem público, de todos nós, ao qual tantos brasileiros pobres precisam ter acesso: o Estado de Direito. Que o ex-presidente seja processado novamente, segundo os ritos legais, e julgado por magistrados sem partido.”

Fonte: Publicado originalmente na Folha de S. Paulo

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