A Festa do Avante, promovida pelo Partido Comunista Português (PCP) desde 1976 e que relembra todos os anos os valores da Revolução dos Cravos, aconteceu no fim de semana entre os dias 6, 7 e 8 de setembro, em Seixal, na margem sul de Lisboa.

O festival português é um dos maiores eventos político-culturais de esquerda do mundo, e contou com além de uma diversa programação musical, cultural e gastronômica, com várias manifestações por Lula Livre.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, abriu o evento com um discurso que partia de reivindicações, como o direito à creche, à moradia, ao transporte, entre outros serviços públicos, que atingem diretamente o cotidiano da classe trabalhadora. Na sequência da fala, a militância cantou e dançou, dando início ao evento.

A estrutura do festival contou com alojamento, estacionamento, estandes de diversos países e regiões portuguesas em um amplo espaço por onde circulam cerca de 20 mil pessoas. Cerca de 42 excursões partiram de norte a sul do país para a festa. Havia também um espaço específico para as crianças.

Participação do Brasil na Festa

Pela primeira vez, inclusive, a barraca do Brasil levou à festa material completo de divulgação das lutas das esquerdas no país. Um pequeno jornal do PCdoB, em dois idiomas, levou informações sobre temas como a questão ambiental e as queimadas da Amazônia, a censura imprensa e o escândalo das mensagens vazadas da Lava Jato, a Reforma da Previdência e o desmonte da educação, ciência e tecnologia.

Camisetas e bottons, levados pela caravana brasileira, coloriram a multidão do Avante com as imagens de heróis e heroínas como Lula, o principal preso político do planeta, Marielle Franco, símbolo da luta pelos direitos humanos e pelas populações das periferias.

Quase todos os portugueses e representantes de outros países que visitavam a barraca do Brasil, entre uma caipirinha ou uma feijoada em clima de festa, mostravam o seu apoio às lutas dos camaradas brasileiros na resistência a Bolsonaro e ao desmonte nacional que se opera no país. O conhecimento sobre a situação brasileira é crescente e mobiliza, atualmente, a rede internacional dos movimentos populares e partidos do campo progressista.

Ao colocar a cultura no centro, o PCP constrói dentro deste festival multifacetado e diverso um ambiente de debates políticos de alta voltagem e relevância. Estão presentes a todo momento as bandeiras de luta do povo português, a solidariedade internacional aos povos do mundo. As eleições legislativas em Portugal acontecem neste mês de setembro. Portanto, as bandeiras e propostas da CDU (Coligação Democrática e Unitária, aliança que reúne o PCP e o Partido Ecológico Os Verdes) deram o tom da intervenção política nesta edição da Festa.

Representantes Brasileiros

Representando o PCdoB, Walter Sorrentino disse durante o evento que o Brasil está em um processo de destruição da sua democracia. “O país está sobre ataque de uma força política que não veio construir nada, mas destruir tudo gerando uma crise social muito profunda. Somos 46 milhões de brasileiros sem trabalho, sem carteira assinada, precarizados ou terceirizados vítimas de um projeto geopolítico internacional que quer instalar um modelo neoliberal que favoreça os EUA sem limites. Foi este mesmo povo quem prendeu Lula em um processo sujo e sem provas”, explicou.

Igor Filipe, da coordenação do MST e do Comitê Nacional Lula Livre, denunciou em sua fala a perseguição de Bolsonaro aos movimentos sociais. “Neste momento, todos os projetos de Reforma Agrária no Brasil estão congelados. Toda os instrumentos para a luta camponesa estão bloqueados e retrocedendo. Todos os órgãos envolvidos no desenvolvimento do campo foram entregues a militares antinacionalistas que se submetem ao latifúndio e impedem os avanços”, pontuou.  

O deputado federal Zeca Dirceu, do PT, afirmou que fica evidente o caráter político da Operação Lava Jato que condenou Lula sem provas para fraudar as eleições no Brasil. “Foi somente prendendo a maior liderança política do Brasil que eles conseguiram eleger um presidente neofacista. Saio desta festa animado e com a certeza que o Brasil voltará a ser grande”, disse.

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