Marcelo Camargo/Agência Brasil

O procurador da República Deltan Dallagnol recusou receber um prêmio em nome da Lava Jato ao lado do hoje presidente Jair Bolsonaro e “outros radicais de direita”, segundo revelam novas mensagens divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo UOL, com base em conversas obtidas pelo site The Intercept.

O prêmio foi o “Liberdade 2016”, do Fórum Liberdade e Democracia, organizado pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo, em 22 de outubro daquele ano.

Segundo a reportagem, o objetivo da força-tarefa da operação era evitar se vincular a bandeiras político-ideológicas. O alerta para recusar a participação veio de um assessor de imprensa do Ministério Público Federal, não identificado, no dia 19 de outubro.

“Vc vai mesmo no evento deles neste sábado? com Bolsonaro como palestrante? por favor, repense…”, diz o jornalista. Em seguida acrescenta: “tudo o que vc e a FT não precisam é serem ‘associados’ ao Bolsonaro. é a mesma coisa que receber prêmio do Foro de BSB. estou quase implorando…”.

No dia seguinte à conversa, o procurador escreve no grupo “Filhos do Januário 1”, que iria cancelar participação no evento “por recomendação da ASCOM após sair a programação do evento, que tem perfil mto de direita, com Jair Bolsonaro como um dos vários palestrantes e com homenagem a um vereador de SP [Fernando Holiday] que foi um dos líderes do impeachment”.

Crise com Deltan

As revelações mostram que a Lava Jato resistia a se associar com a extrema direita no Brasil muitos anos antes de Sergio Moro, juiz símbolo da operação, aceitar ser ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

Elas também vêm à público em uma semana complicada para Deltan. No fim de semana, a página oficial do presidente Jair Bolsonaro compartilhou um post que chama o procurador de “esquerdista tipo PSOL”.

É possível que as novas mensagens aprofundem a tensão entre o governo e a força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba.

Além disso, o procurador está na mira do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Na volta do recesso, nesta terça-feira (13), o órgão iniciou uma análise de três ações envolvendo processos disciplinares contra a atuação de Deltan.

por Clara Cerioni, da Exame

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