Foto: Keiny Andrade

Para Marcelo Knobel, gestão Bolsonaro atrapalha objetivo do próprio governo de atrair mais verba privada

por Angela Pinho, da Folha de S.Paulo

Os ataques da gestão Jair Bolsonaro (PSL) às universidades públicas do país prejudicam o objetivo do próprio governo de atrair mais recursos privados para elas, diz Marcelo Knobel, reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

A avaliação é feita no momento em que o Ministério da Educação propõe o Future-se, programa que visa diversificar o financiamento das universidades federais. Entre as medidas previstas está a constituição de fundos que seriam negociados na Bolsa e teriam parte do rendimento revertido às instituições de ensino.

Presidente do Cruesp, órgão que reúne os dirigentes das universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp), Knobel defende o trabalho delas, mas avalia que houve erros em alguns momentos, como demora em reagir à deterioração da economia.

As três instituições comemoram neste ano 30 anos do decreto que lhes conferiu autonomia para administrar seu orçamento –a maior parte vem de uma fração do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado em São Paulo.

Juntas, elas respondem por cerca de um terço da pesquisa produzida no Brasil. Professor da Unicamp desde 1995, Knobel, 51, defende que elas se mantenham nesse caminho, mas apoia uma diversificação da educação superior no país, com instituições dedicadas ao ensino que não precisem fazer pesquisa.

Que balanço o sr. faz dos 30 anos de autonomia das universidades paulistas?

A autonomia foi fundamental para o crescimento das universidades, que puderam planejar o futuro. Todos os indicadores desde então são muito positivos, tanto no número de matrículas como nas publicações e na assistência. É por isso que as universidades paulistas estão entre as melhores da América Latina.

E quais foram os erros cometidos nesse período?

Há um erro de não conseguirmos comunicar o que fazemos de maneira efetiva. Houve também erro de apostar muito no passado [da trajetória econômica] e é preciso ver que a economia pode ter altos, mas, às vezes, os baixos são muito fortes. 
Nunca esperamos uma recessão tão forte como ocorreu, e as universidades acho que demoraram para responder a esse período. Então é preciso fazer análises mais conservadoras [da economia], usar o recurso com base em vários cenários possíveis.

CONTINUA…

LEIA ENTREVISTA NA ÍNTEGRA: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/08/quem-vai-investir-nas-universidades-apos-tanto-ataque-questiona-reitor-da-unicamp.shtml

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