Um relato emocionante da Vigília Lula Livre
Eu estava pensando em uma forma de contar, narrar, expressar um pouco que fosse dessa semana que estou passando aqui na Vigília Lula Livre, mas o caso é que faltam palavras.
Na vigília de Lula nós encontramos a mistura que eles, os dementadores, mais odeiam! Aqui tem LGBT, tem negro, tem nordestino, tem analfabeto, tem sanfonero, artista de rua, professor de filosofia, pedagogo, tem metalúrgico, sindicalista, terapeuta reikiano, sem terra, petista, comunista, socialista, campesino, artesão, poeta, tem um oceano de gente pra eles odiarem…
Tem chinelo de dedo com prego embaixo, tem camiseta furada, tem calça remendada, sapato sem sola… tem pão com mortadela, melancia para comer com as mãos, bala de casca de laranja pra dor de garganta, café passado no saco de algodão…
Aqui tem boné do MST, bandeira da CUT, foto do Lula, bordado de bordadeira, mandala de lã, flores de croche, caligrafia feia e bonita…
Aqui tem gente tímida, tem gente desinibida, tem gente sorridente, gente mais séria, tem criança rindo, bebê chorando, tem gente cantando, tem gente falando, tem gente tomando café, fumando cigarro de palha, de marca, sem marca, tem gente…
Gente cheia de esperança, cheia de coragem, cheia de justiça!
Aqui não tem rico nem pobre. Não tem gordo nem magro. Não tem gay ou hetero. Bonito ou feio. Aqui tem gente.
Gente que veio de perto, gente que veio de longe, gente que veio a pé, de carro, de avião, de carona, gente que atravessou o oceano, gente que não tem nenhuma pretensão maior que dizer, “boa tarde, presidente Lula!”
Aqui tem gente agradecida, gente emocionada, gente disposta a luta, que não tem medo de nada, que enfrenta tudo, que sabe que viver sem liberdade é morrer em vida.
Aqui tem pedaços de Lula em cada pedacinho do terreno. Em cada história contada, em cada palavra dita, e até nas que não são ditas, são apenas sentidas.
Aqui os corações se misturam em um mesmo sentimento e batem num mesmo ritmo, um uníssono tão grande que se pode confundir com um único e imenso coração que cada vez que bate, grita esperança!
Estar aqui é ter ciência de que se é odiado. Estar aqui é saber que não se é querido lá fora. Estar aqui é saber que somente as Marias e os Joãos poderão ouvir as batidas do nosso coração.
Mas acima de tudo, estar aqui é saber com toda a certeza do mundo, que se está ao lado certo da história.
E se me perguntarem quem são essas pessoas? Eu direi: São meus irmãos!
Patrick Mateus
Curitiba
10/05/2019