O pedido de desculpas de Regina Duarte não encerrou o processo aberto pelo ex-presidente Lula da Silva contra a atriz, que, no ano passado, compartilhou fakenews dizendo que Marisa Letícia tinha R$ 256 milhões no banco.

Marisa, que foi casada durante 42 anos com o ex-presidente e morreu em 2017, tinha, na verdade, R$ 26.281,74 em uma aplicação em CDBs (Certificado de Depósito Bancário) no Bradesco, de acordo com informações do processo de inventário.

Lula considera que, ao se defender na ação por danos morais, Regina mentiu à Justiça ao dizer que, assim que soube que se tratava de uma informação errada, apagou o post.

A publicação foi compartilhada pela atriz em suas redes sociais em abril. Em novembro, ao se defender no processo aberto por Lula, Regina afirmou que o post já havia sido apagado.

Os advogados do ex-presidente, no entanto, anexaram um relatório técnico, segundo o qual, em dezembro, uma charge com a fakenews continuava no Instagram da atriz. A charge mostra alguém tentando alertar um grupo de jornalistas sobre o dinheiro na conta de Marisa. Os repórteres, no entanto, no desenho, preocupam-se apenas com o que Bolsonaro faz.

Para Lula, Regina Duarte cometeu a chamada “litigância de má-fé” e deve ser punida com uma multa de 10% do valor da causa, ou seja, cerca de R$ 13 mil.

A atriz, que à época era secretária da Cultura de Jair Bolsonaro, pediu desculpas publicamente na semana passada, após ser condenada pela Justiça do Distrito Federal a fazer a retratação.

“Nunca foi minha intenção divulgar uma inverdade ou propagar fake news. Infelizmente, neste caso, fui induzida a erro e quero por isso estender, pelo sucedido, um sincero pedido de desculpas à memória de dona Marisa Letícia e sua família”, escreveu a atriz nas redes sociais.

Ao fazer a retratação, Regina voltou a dizer que apagou o post assim que soube que a afirmação não era verdadeira. “Assim que tomei conhecimento de que a informação partilhada estava incorreta, apaguei voluntariamente e prontamente a postagem”.

A defesa de Regina disse à Justiça que ela não agiu de má-fé e que apagou, sim, a cópia da decisão judicial do processo de inventário de Marisa que, segundo a atriz, deu origem ao erro sobre os valores da conta bancária.

Disse também que a única publicação que não apagou foi a charge, pois “possuía um cunho artístico cômico”. “Era uma expressão de humor feita por um artista, sendo manifesta a proteção Constitucional.”

Segundo a defesa, Regina Duarte nunca faltou com a verdade nesse processo. “A tirinha é uma mera expressão artística, e requerer sua remoção é um ataque aos princípios da liberdade de expressão e liberdade artística, inclusive contra o artista que elaborou o desenho.”

A Justiça ainda não analisou pedido de multa.

Do UOL.