Ministério da Justiça admite que cooperação entre Lava Jato e EUA foi ilegal
O Ministério da Justiça informou que não há nenhum documento no ministério que formalize a cooperação entre procuradores norte-americanos e brasileiros no caso do ex-presidente Lula.
Mais uma vez fica provada a cooperação ilegal entre a operação Lava Jato e o Departamento de Justiça dos EUA, que deveria, obrigatoriamente, passar por autorização do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).
“Essa informação do Ministério da Justiça confirma uma situação que afirmamos há tempos: a cooperação entre a Lava Jato e as autoridades norte-americanas para construir o caso do ex-presidente Lula e condená-lo não passou pela autoridade central, e, portanto, é ilegal”, ressalta o advogado de Lula, Cristiano Zanin.
Zanin é autor, junto com outros advogados, do Habeas Corpus que tramita no Supremo exigindo a anulação dos processos conduzidos por Moro, irregulares e movidos por uma parcialidade política. O novo fato confirmado pelo MJ será acrescentado nos argumentos constantes no HC, que espera há quase dois anos por um pedido de vistas para ser julgado.
A resposta do MJ foi demandada pela defesa de Lula ao Superior Tribunal de Justiça, que determinou o esclarecimento sobre eventuais tratados. O pedido foi pautado em declarações do procurador americano Kenneth Blanco em 2017 em evento público de que os procuradores americanos cooperaram com os brasileiros na acusação do tríplex contra Lula.