Celso de Mello antecipa saída do STF e torna mais urgente julgamento de suspeição de Sérgio Moro
O ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, antecipou a sua saída do Tribunal em 17 dias para 13 de outubro. Com isso, participará de apenas três sessões da segunda turma, onde está para ser julgado o Habeas Corpus do do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com sua aposentadoria, a responsabilidade de indicação do substituto é de Jair Bolsonaro. O novo componente tem que ter mais de 35 e menos de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada e passa ainda por sabatina no Senado.
É mais urgente do que nunca a votação do Habeas Corpus de suspeição de Sérgio Moro.
Voto de Celso de Mello está pronto mas, pode nunca ser conhecido
O próprio Celso de Mello já disse, em junho de 2019, em uma sessão do Supremo, que seu voto estava pronto. Ninguém sabe se Celso de Mello irá votar pela suspeição de Moro, mas em 2013 ele foi voto vencido pela anulação de um processo de Sérgio Moro, antes do ex-juiz virar celebridade, por considerar interferência grave o monitoramento que Moro havia feito das viagens de um advogado.
No caso dos processos de Lula, Moro foi muito além. Além das várias revelações do veículo jornalístico The Intercept Brasil de parcialidade e orientação dos procuradores, sobram provas de irregularidades mais gravíssimas do ex-ministro de Bolsonaro contra Lula. A principal é que ele grampeou os advogados do ex-presidente para monitorar suas conversas e estratégias. O ex-juiz também divulgou grampos ilegais e escondeu interceptações que favoreciam Lula.
Então, considerando o voto de Celso de Mello em 2013, sobre o próprio Moro, veja abaixo, o coerente seria o voto do ministro ser contra o Moro.
Porém, contudo, todavia é bom lembrar
Em janeiro desse ano a Globo deu o prêmio “Personalidade do Ano Faz Diferença” para Celso De Mello, como forma de influenciar seu voto para ser contra Lula. Tradicionalmente esse prêmio tem sido dado pela Globo para figuras do judiciário que atuaram contra a esquerda, o PT ou Lula. Já receberam esse prêmio Sergio Moro, Carmen Lúcia e Joaquim Barbosa.