Foto - Sergio Almeida

O novo adiamento do julgamento de Deltan Dallagnol, procurador da Operação Lava Jato, pelo Conselho Nacional do Ministério Público, é revelador das tramas e artimanhas de que são capazes certos setores do sistema de justiça.

Corresponsável, ao lado do ex-juiz Sérgio Moro, por inúmeras violações de direitos legais e constitucionais, Dallagnol faz qualquer negócio para evitar que seu abuso de poder seja escrutinado. É um mestre em chicanas e tratativas para proteger seu próprio pescoço.

A inimputabilidade desse procurador, que logrou a 41ª postergação de seu caso no CNMP, é bastante reveladora da deterioração institucional do país. Sentimentos corporativos prevalecem sobre a lei. Acordos nas sombras reinam sobre o interesse público. Pactos de proteção imperam sobre o princípio da isonomia.

Não há mais qualquer dúvida sobre as práticas de manipulação política que governam a Operação Lava Jato, articuladas por uma força tarefa com escusos propósitos e estranhas alianças. Seus dirigentes, no entanto, ainda conseguem se safar da devida apreciação de seus crimes e delitos.

Dallagnol segue de mãos livres para continuar atropelando o que resta da ordem constitucional.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal vítima da Lava Jato, ainda não teve o direito de ter seu habeas corpus, apresentado há quase dois anos, julgado pelo STF.

A Justiça não pode mais continuar com apenas um olho cego, o que observa a ação de seus próprios integrantes, enquanto o outro olho, aberto, segue vingativo e leniente.

São Paulo, 21 de agosto de 2020.

Comitê Nacional Lula Livre – Anula STF