A defesa do ex-presidente Lula iniciou uma investigação própria para levantar documentos e provas de sua inocência que foram descartados nos inquéritos conduzidos por procuradores da Lava Jato.

“Como o Judiciário da Lava Jato nos impediu de ter acesso a diversos elementos que podem servir para reforçar nossos argumentos, vamos usar da técnica da investigação defensiva”, disse o advogado Cristiano Zanin, em reportagem de Jamil Chade e Vinicius Konchinski no portal Uol neste sábado (13).

A investigação defensiva organiza uma ação para solicitar ao Ministério Público da Suíça o acesso aos arquivos originais dos sistemas de pagamento de propinas usados pela Odebrecht – que tiveram informações sonegadas após indícios de manipulação pela Lava Jato. Segundo a reportagem, a lei local permite que a parte interessada solicite acesso aos documentos da cooperação internacional.

Os advogados de Lula também pediram à Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, acesso a documentos sobre cooperações internacionais feitos pela Lava Jato, em especial com os EUA, diante da suspeita de que os procuradores teriam realizado uma cooperação ilegal com órgãos estadunidenses, como o Departamento de Justiça dos EUA.

A nova iniciativa da defesa está baseada num regulamento aprovado pelo Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no final de 2018.

“Investigação defensiva é um procedimento novo, que visa a dar um equilíbrio nas apurações”, explicou Daniella Meggiolaro, presidente da Comissão de Direito Penal da OAB-SP. “Uma investigação feita pelo Ministério Público, que tem o dever de denunciar, pode nascer com um viés”, complementou.

Da Revista Fórum.