Lula se solidariza com Glenn Greenwald após indiciamento pelo Ministério Público Federal
O Ministério Público Federal em Brasília denunciou nesta terça-feira, 21, o jornalista Glenn Greenwald por crimes relacionados à invasão de celulares de autoridades brasileiras sem ao menos investigação ou indiciamento pela Polícia Federal (PF).
Por outro lado, menos há de dois meses, a PF examinando as mesmas evidências citadas pelo MPF, declarou explicitamente que não apenas o jornalista nunca cometeu nenhum crime, mas que ele exerceu seu trabalho com cautela jornalística.
Sobre a denúncia, o ex-presidente Lula manifestou sua solidariedade a Glenn Greenwald e classificou como “abuso de autoridade” a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o jornalista pelas revelações da Vaza Jato.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do jornalista e declarou que Glenn é “vítima de mais 1 evidente abuso de autoridade”.
“Minha solidariedade ao jornalista @ggreenwald, vítima de mais um evidente abuso de autoridade contra a liberdade de imprensa e a democracia”, afirmou Lula em sua página nas redes sociais.
De acordo com o MPF, os acusados vão responder por prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro e interceptações telefônicas.
Abraji
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota em que considera a denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, uma violação à liberdade de imprensa.
A Abraji afirma que os diálogos apresentados como provas não confirmam as acusações do promotor assinada pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa de Oliveira, que assinou a denúncia.
“Em nenhum momento, Greenwald buscou ‘subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos’, como afirma o procurador Oliveira”, diz a nota da associação.
“O procurador afirma também que Greenwald sabia que grupo ainda estava interceptando conversas privadas, quando conversaram. Mais uma vez, o diálogo transcrito não confirma a acusação.”
A associação ainda faz uma apelo à Justiça Federal para que não aceite à denúncia “em respeito não apenas à Constituição, mas à lógica”. “É um absurdo que o Ministério Público Federal abuse de suas funções para perseguir um jornalista e, assim, violar o direito dos brasileiros de viver em um país com imprensa livre e capaz de expor desvios de agentes públicos”, completa a Abraji.
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