Moradores atingidos por barragens estão mobilizados nesta terça-feira, 5, na cidade de Mariana, Minas Gerais, para denunciar que, após quatro anos do crime da Samarco, Vale, BHP/Billiton, a reparação integral ainda não veio.

Logo no início da manhã, a rodovia MG-129 foi totalmente bloqueada na saída para Bento Rodrigues, distrito que foi mais afetado pela lama com o rompimento da barragem de Fundão, quando 19 pessoas morreram.

Durante o ato, os atingidos dialogaram com os trabalhadores sobre a importância de chamar a atenção para a injustiça cometida pelas empresas.

Segundo informações da Fundação Renova, mais de 54 mil pessoas entraram com pedido de cadastramento na condição de atingidos na bacia do Rio Doce, deste, apenas 26 mil foram reconhecidos – e 22 mil ainda aguardam resposta da reparação.

Para Pablo Dias, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a data é importante, pois só comprova o alerta que o MAB faz sobre a “enrolação” da Fundação Renova – criada com o objetivo de reparação e que é dominada pela própria empresa que cometeu o crime.

Os atingidos das bacias do Rio Doce e Paraopeba (reunidos no Encontro dos Atingidos desde domingo) se deslocaram para o município de Barra Longa, cerca de 50 quilômetros de Mariana, que também foi afetado com a lama tóxica e registra mais de 300 famílias com problemas relacionados à moradia, desde reformas de casas até a necessidade do reassentamento, de acordo com a Assessoria Técnica.

Como parte da campanha “A Vale destrói, o povo constrói”, está prevista a construção de uma casa para a família de Yolanda Gouveia, atingida que teve a estrutura trincada da casa, onde vive atualmente de favor.

A casa será levantada em formato de mutirão com a contribuição de atingidos dos estados onde o MAB está organizado, além dos parceiros de luta e a sociedade como um todo – que contribui com a arrecadação por meio de financiamento coletivo na plataforma catarse.

Para conhecer o local, e já colocar a mão na massa, os atingidos levaram tijolos e outros materiais como forma de solidariedade e para destacar que “o que a Renova não fez em quatro anos, o povo consegue fazer em quatro meses”, explica o movimento.

“Mesmo depois que a casa terminar de ser construída, eu vou continuar nessa luta. A culpa é das empresas criminosas, são elas que têm que reparar a gente”, afirma Yolanda.

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