Juízes da Lava Jato que entraram na Justiça por auxílio-moradia têm mansão de R$ 5,8 milhões
Os juízes federais da Lava Jato, Marcelo e Simone Bretas, que entraram na Justiça para garantir auxílio-moradia, benefício que permite que magistrados embolsem até R$ 4.377,73 caso não tenham um imóvel, possuem uma mansão de R$ 5,8 milhões, no Rio de Janeiro. Na época em que declararam seu patrimônio para tirar o benefício, informaram um valor que era quase metade do real que possuíam. Informações das escrituras foram obtidas pelo The Intercept Brasil.
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça proíbe o pagamento do auxílio a dois juízes casados, ou que morem sob o mesmo teto. Porém, por falha do Judiciário, o casal tinha o benefício. Localizada em Itaipava, a 80 km do Rio de Janeiro, o imóvel de 600 m² faz parte de um condomínio de luxo, onde o casal divide áreas de convívio com vizinhos, como o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa, um dos delatores condenados na Lava Jato. Em junho, colocaram a mansão à venda, em anúncio que pode ser consultado aqui.
Os Bretas também aceitam alugar a casa pelo valor de R$ 10 mil mensais, pouco a mais do que os R$ 8.755 que os dois juízes ganham juntos por mês a título de “auxílio-moradia”. O salário do juiz Marcelo Bretas, que já condenou o ex-governador Sérgio Cabral a mais de 100 anos de prisão, é de R$ 43.910,62 mensais. Já o de Simone, R$ 44.555,62, ambos já com o auxílio somado.
De acordo com a apuração do Intercept, a casa dos juízes possui cinco suítes, uma lareira, três banheiras de hidromassagem, escadaria em mármore, espaço gourmet, churrasqueira, pomar, jardim, garagem para quatro carros, sauna, um campo de futebol próprio e até uma piscina aquecida que avança pela sala.
Ao ser questionado sobre o auxílio por um deputado, Bretas respondeu no Twitter que tinha apenas ido atrás de um “direito”.
“Pois é, tenho esse ‘estranho’ hábito. Sempre que penso ter direito a algo eu VOU À JUSTIÇA e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto, ou pegar escondido ou à força. Mas, como tenho medo de merecer algum castigo, peço na Justiça o meu direito”, escreveu o juiz, em janeiro deste ano.
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