A Caravana por Lula Livre no Nordeste foi encerrada neste domingo, 1, em Monteiro, na região do Cariri paraibano, com o ato ‘SOS Transposição – Grito do Nordeste’. Entre sexta-feira, 30 e domingo, o grupo passou pelos estados do Ceará, Pernambuco e terminou na Paraíba. O encerramento aconteceu durante o último dia da 4º edição do Mutirão Lula Livre.

O ato político cobrou o retorno do bombeamento das águas da Transposição do Rio São Francisco, o fim da interrupção do abastecimento das águas do Rio São Francisco para o Eixo Leste, que está suspensa desde maio na região de Monteiro, além da conclusão das obras no Eixo Norte, em Cajazeiras.

A população se reuniu às margens do canal da Transposição no final da manhã de e de lá seguiram em uma caminhada para um ato público no Centro da cidade.

As águas da transposição deixaram de ser bombeadas em fevereiro por conta de uma obra na barragem de Cacimba Nova, no município de Custódia, Pernambuco.

Na segunda quinzena de agosto, elas voltaram a ser bombeadas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), mas ainda não há previsão de quando as águas voltarão a chegar em solo paraibano.

O evento contou com a presença do ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, além do ex-candidato a presidência e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

“A transposição do São Francisco é a maior obra do Nordeste setentrional. Não podemos permitir que ela se acabe por irresponsabilidade do governo”, afirmou Coutinho.

O presidente Lula escreveu uma carta denunciando a interrupção nas obras.

Leia a carta na íntegra:

A oportunidade que me foi dada pelo povo brasileiro de governar este país fez de mim um homem feliz. Vocês nem imaginam a alegria que eu sentia quando assinava um decreto para beneficiar milhares ou milhões de pessoas, ou quando eu visitava uma obra, ou inaugurava uma universidade, uma escola técnica, uma refinaria ou um conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida. Porque eu sabia que cada um desses atos, por mais simples que fosse, estava contribuindo para a construção de um Brasil melhor e mais justo.

Poucas coisas na vida me fizeram tão feliz quanto tirar do papel um sonho de muitas gerações, e tornar realidade a transposição do São Francisco. Uma das melhores lembranças que tenho é a da inauguração popular que fizemos em 2017, aí em Monteiro, com a presença da ex-presidenta Dilma, do ex-governador Ricardo Coutinho e de muitos de vocês que aí estão de novo, desta vez protestando e exigindo de volta aquela alegria que estão roubando de nós.

Ver a criançada mergulhando, o povo dançando e bebendo daquela água que o sertanejo esperava desde a época do império, nada disso tem preço. Não há dinheiro no mundo que pague os abraços que naquele dia eu recebi de tanta gente molhada de suor do seu trabalho e encharcada das águas do São Francisco.

Tenho certeza que aquelas cenas que vivemos, e que estarão guardadas para sempre na minha memória, foram vistas com ódio pelos nossos adversários e hão de ter contribuído para que eu fosse preso, sem nenhum crime cometido. Eu imagino a elite deste país vendo aquela felicidade toda e dizendo: Temos que prender esse Lula, se não ele vai ser presidente outra vez, e a gente não vai mais poder tirar dinheiro do trabalhador e entregar pro mercado financeiro.

Por isso me prenderam, e querem a todo custo impedir que o povo volte a governar este país. É por isso que estão tentando destruir tudo que fizemos. Estão queimando a Amazônia, que defendemos como nenhum outro governo. Estão desmontando a construção civil, que gerou milhões de empregos. Estão entregando o Pré-Sal, cujos recursos iriam para a saúde e a educação. Estão sufocando as universidades, porque elas geram conhecimento e porque estão agora ocupadas pelas filhas e pelos filhos do povo trabalhador.

E é por isso que eles não querem as águas do São Francisco correndo pelo sertão. Porque não querem o povo feliz, produzindo, conquistando a sua autonomia.

Naquele dia, em 2017, eu disse: Nunca quis tirar nada do Sul ou de São Paulo. O que eu quero é que o povo nordestino seja tratado em igualdade de condições. Aqui tem que ter universidade, tem que ter indústria, tem que ter escola técnica, tem que ter mestres e doutores, tem que ter criança de barriga cheia.

Pois eu continuo querendo, e estou certo de que nós vamos desfazer cada maldade que fizeram com o Nordestee com o Brasil. Hoje eu só posso estar com vocês em pensamento, mas muito em breve estarei aí em carne e osso, molhando o corpo e a alma nas águas abençoadas do Velho Chico.

Um grande abraço!

Luiz Inácio Lula da Silva”

Confira o encerramento da Caravana Lula Livre pelo Nordeste, em Monteiro (PB):

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