Declaração foi encarada como pagamento pela prisão de Lula e a consequente vitória do candidato do PSL na eleição

Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à Rádio Bandeirantes no domingo, 12, que o ministro Sergio Moro será indicado para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), que será aberta em novembro do ano que vem com a aposentadoria de Celso de Mello. O presidente afirmou que assumiu esse compromisso com Moro após a vitória na eleição do ano passado, quando tomou a decisão de convidar o então juiz para formar o governo. “Fiz um compromisso com ele, porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: ‘A primeira vaga que estiver lá está a sua disposição'”, declarou.

Moro se destacou à frente das ações da Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal Criminal (Curitiba), que prendeu o presidente Lula e garantiu a vitória de Bolsonaro nas urnas nas eleições do ano passado. Logo após a vitória, ele afirmou em entrevista ao Jornal Nacional que pensava no juiz para o Supremo.

A indicação dos ministros do Supremo é de competência do presidente da República, mas o nome deve passar por sabatina no Senado. “Obviamente ele teria que passar por uma sabatina no Senado. Eu sei que não lhe falta competência para se aprovado lá. Mas uma sabatina técnico-política, tá certo? Então, eu vou honrar esse compromisso com ele, caso ele queira ir para lá. Ele seria um grande aliado não do governo, mas dos interesses do nosso Brasil dentro do STF”, declarou o presidente.

A declaração gerou burburinho e mal estar, pois coloca o ministro em sabatina permanente até a indicação oficial.  O próprio Sérgio Moro correu para desmentir. “Não estabeleci nenhuma condição para aceitar ser ministro da Justiça”, afirmou Moro, mas se prontificou para avaliar a “oportunidade”. “Quando surgir a vaga lá na frente o presidente vai avaliar se ele vai realizar o convite para mim. Se ele formular o convite aí eu vou avaliar se eu vou aceitar”, disse.

Leia mais:

Campanha Lula Livre vai promover mutirão de diálogo em todo o país

Leia o manifesto da Campanha Lula Livre