Lula Livre: a música que Beth Carvalho cantou para Lula
Beth Carvalho partiu na tarde desta terça-feira (30), cercada do amor de seus familiares e amigos. Para os que ficam, deixou uma obra inestimável de beleza e talento, mas também de militância, solidariedade e luta.
Conhecida como “a madrinha do Samba”, Beth Carvalho resgatou grandes compositores do passado por um lado e po routro acolheu inúmeros artistas em início de carreira, dando visibilidade e oportunidades a sambistas como Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Arlindo Cruz e Sombrinha entre tantos outros. Declaradamente de esquerda, ela nunca deixou de se posicionar a favor da democracia, do povo e dos mais pobres. “O samba é uma coisa da esquerda, do povo, os compositores são do povo, que sofre, que sabe o que é a fome, então eu me sinto muito honrada de formar parte disso tudo”, disse em entrevista ao El País em 2016.
No lar musical em que nasceu, conviveu com um pai varguista, brizolista e janguista que foi perseguido pela ditadura. “Minha mãe sempre estava do lado dos pobres. Esse era o ambiente em casa, boa música e política de esquerda”, contou Beth à Rede Brasil Atual.
Ao lado de Lula e de Brizola, de quem era grande admiradora, Beth Carvalho participou ativamente da campanha das Diretas Já em 1984. Antes disso, ela já havia contribuído com a luta dos metalúrgicos do ABC desde 1978. A genialidade de Beth Carvalho dentro e fora da música fará falta, mas seu legado permanecerá inspirando e sensibilizando milhões.
Já com problemas de saúde, Beth Carvalho foi uma das estrelas do Festival Lula Livre no Rio de Janeiro, no ano passado. “Até que enfim estou vendo a esquerda unida. Demorou, hein, gente!”, disse otimista. Também no ano passado, ela gravou o samba “Lula Livre”, de Claudinho Guimarães, pedindo liberdade para o ex-presidente.