Foto: Ricardo Stuckert

Em participação no Bom Dia 247 desta quarta-feira (18), o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim afirmou que o ex-chefe da Casa Branca Barack Obama fez “comentários levianos” ao ter criticado o governo Lula por “corrupção”. O ex-presidente, no entanto, foi condenado sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP), com uma sentença questionada por vários membros das comunidades jurídicas nacional e internacional.

“São comentários levianos. Obama é importante como símbolo. É inteligente, mas eu sempre achei ele superficial. Foi superficial nas questões do Oriente Médio, não fez esforço para reviver a Rodada de Doha, poderia ter revivido, até introduzido certos temas trabalhistas”, disse. “Ao contrário, se dedicou a acordos regionais que não foram para frente e a China tomou o lugar dele”, acrescentou.

De acordo com o ex-chanceler, “Obama tinha bons impulsos, mas na área internacional era um político superficial, não aprofundava (os assuntos). Nossa relação com o governo Bush foi mais criativa, mais positiva”.

Assista na íntegra a entrevista:

O ex-titular da pasta afirmou que Obama “não adotava a política mais correta”. “Não teve coragem. Não levou para frente nenhum esforço de reviver a Organização Mundial do Comércio. Deveria ter feito, já que ele dizia ter uma visão multilateralista”, disse.

“Ele melhorou a relação com Cuba, tão foi tão agressivo com a Venezuela como Trump. Agora com Lula ele foi leviano. As declarações dele não estão à altura de um ex-presidente dos Estados Unidos”, complementou.

O ex-presidente Lula foi vítima de um “lawfare”, em que procuradores da Operação Lava Jato usaram acusações sem provas para denunciá-lo. Em setembro de 2016, quando apresentou a denúncia, o próprio procurador Henrique Pozzobon admitiu quem não havia “provas cabais” de que Lula era o proprietário do triplex em Guarujá (SP).

O petista foi acusado de ter recebido o apartamento como propina da OAS, mas nunca dormiu nem tinha a chave do imóvel. Em junho do ano passado, o site Intercept Brasil publicou uma reportagem apontando que até o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas.

O então juiz Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente para tirá-lo da eleição de 2018, recebeu o convite da equipe de Jair Bolsonaro ainda durante a campanha eleitoral para ser ministro da Justiça. Em abril, deixou o cargo denunciando crime de responsabilidade de Bolsonaro, investigado por suposta tentativa de interferência na Polícia Federal.

Do Brasil 247.